O Lugar de Tatahari
Aluísio Azevedo se vê impelido a pincelar as cores de sua indignação. Em seu trabalho imagético, preocupa-se com os sub-cidadãos do mundo, os viventes dos campos de miséria, os andantes a pelejar para a morte na fronteira das nações imperiais. Os que querem sobreviver aos muros, às cercas eletrificadas, aos campos de concentração australianos, espanhóis, africanos, estadunidenses. Os africanos aprisionados nos eternos porões dos navios negreiros, mercadorias oferecidas em comércio de livre concorrência, vítimas do império econômico, da máquina mercenária de fazer guerra, dos genocidas e neofascistas contemporâneos. Os cubanos, bloqueados e massacrados pelos Obamas, Trumps e Bidens. Os refugiados de Shagarab no Sudão, de Kutupalong em Bangladesh. Os encarcerados das masmorras de Curitiba. Engajada e panfletária, sua narrativa é pintura que conta das lutas de um ser político, no ventre (Tatahari) do mundo, pronto para nascer...